As crianças não sabem lidar com as frustrações e ausências – sejam elas emocionais, financeiras ou comportamentais, fazendo com que sintam a necessidade de mentir e/ou roubar para compensar a falta gerada por algum motivo ou circunstância.
Vamos pegar como exemplo uma criança que vai à escola após um fim de semana e a professora pergunta qual foi a diversão dos últimos dias.
Ela, sem malícia ou premeditação, responde: fui passear numa linda fazenda com os meus pais! Mas, na verdade, ela não saiu de casa, ficou em frente à TV por todo o tempo.
Houve uma mentira, porém isto nada mais é do que um sinal aos pais que devem dar mais atenção ao filho. À ida ao parque de diversões pode ser o suficiente para que a criança não minta.
Um outro exemplo: Uma criança de cinco anos, assistia ao filme Super-Homem, quando, num momento de empolgação, subiu no móvel da sala e derrubou a TV de 29. A mãe, ao ver o estrago, disse que o pai dele “o mataria” (conotativamente, é claro), mas a criança não processou a informação e perguntou para a mãe se o pai usaria a “faca” para tal.
A mãe assustou ao filho na maneira que falou com uma ameaça iminente, o que pode fazer a criança mentir na próxima vez que cometer algum erro, por medo do pai.
Neste caso, o ideal é que os pais conversem com a criança sobre a ação que cometeu e a consequência que gerou. A criança precisa refletir sobre as consequências que sua ação causou e os pais irão informar a criança que a atitude dela custará vários dias sem assistir televisão e parte da mesada será usada para ajudar (com valores simbólicos) os pais a comprarem ou consertarem a televisão. Assim, a criança começa a distinguir e perceber o que não pode e o que pode ser feito.